Distinguindo Lapso de Recaída
Pesquisas tem se utilizado da abordagem cognitivo-comportamental para a prevenção da recaída. Esta baseia-se num programa de atividades coordenadas que ajudam a pessoa que está em dependência química a ficar mais consciente de seus “pontos fracos” e desenvolver capacidades, ou seja, aprender COMO atingir suas metas e obter controle e eficácia sob diversas situações que poderiam fazê-lo voltar ao uso do álcool ou drogas. Como o uso de álcool e drogas é um comportamento aprendido, pela lógica, faz-se necessário desaprendê-lo.
A mudança no estilo de vida é fundamental para o bom resultado, que nada mais será do que um novo aprendizado.
Ajudar a pessoa em dependência química a escolher o caminho mais adequado para ela, formulando objetivos bem definidos, com objetivo de iniciar um caminho em direção à sua recuperação, isto tem uma conotação que vai além de uma prevenção da recaída, é um fator que a ajudará na conquista de autonomia, perante a própria vida.
Especialistas atualizados nesta área fazem uma distinção entre recaída e lapso. Recaída é a volta ao uso do álcool ou outras drogas da mesma forma, ou até aumentando seu uso. O Lapso é considerado quando a pessoa, assim que faz uso, se conscientiza do deslize e logo pára, retornando à abstinência ou procurando por ajuda.
Há uma grande importância e influência da lingüística na recuperação de uma pessoa que está em dependência química, portanto para compreender melhor o sentido das palavras as definiremos abaixo segundo o dicionário da língua portuguesa:
LAPSO:- 1) espaço ou decurso de tempo; 2) descuido; engano involuntário; deslize.
RECAÍDA:- 1) Cair novamente; 2) voltar ao estado ou posição anterior; 3) reincidir (em culpa ou erro).
REINCIDIR:- Tornar a praticar um ato da MESMA* espécie. (* grifo meu)
Percebe-se que há diferença nos significados destas palavras, tanto quanto a diferença que fará no tratamento ao empregá-las.
Durante a recuperação, quando há um lapso é comum a pessoa sentir-se mal e achar que não deveria ter “recaído” achando que está no mesmo ponto de anteriormente. É imprescindível ajudá-la a perceber que isto é uma mentira.
Quando auxiliada e instruída através de um processo de aprendizagem consciente, percebe que ao “escorregar e cair pode levantar-se e seguir adiante” refletindo e aprendendo com o acontecido, ampliando as próprias estratégias.
Isto a tornará cada vez mais confiante e motivada para chegar ao ponto em que deseja, adquirindo competências através de novas habilidades para incluí-las em seu estilo de vida. A pessoa percebe que está sendo cada vez mais autoeficiente, conforme desenvolve e adquire estratégias para chegar aonde deseja, ou seja, mudar o rumo de sua vida.
Partimos do princípio de que, se uma pessoa não consegue atingir um objetivo deve-se ao fato de não saber COMO (Nível Neurológico de capacidade, segundo a Programação Neurolingüística). A partir do momento que adquire novas capacidades, as mudanças começam a acontecer. Está aí a diferença entre os que recuperam-se com maior facilidade, seja de forma consciente ou inconsciente. Sabemos que os Níveis Neurológicos, que são seis, estão interligados e um afetará o outro conforme mudanças forem feitas. Se faz necessário o realinhamento dos mesmos para que aconteçam mudanças significativas, inclusive no nível neurológico de crenças.
Para maiores informações consulte “Introdução à Programação Neurolingüística”, Joseph O’ Connor, editora Summus e “Prevenção da Recaída”,Paulo Knapp e José Manoel Bertolote, editora Artes Médicas.